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Durante a faculdade de Jornalismo, é comum ouvir que "onde tem sangue, tem manchete” ou que “notícia ruim para alguém, é notícia boa para o jornalista”.  Os leitores tiram a prova disso toda vez que ligam sua TV, fazem log-in em suas redes sociais e param em frente a uma banca de jornais.

 

É comum ouvir também que o papel do jornalista é retratar a verdade, ou seja, apresentar um quadro realista do que está acontecendo no mundo. Mas mostrar apenas tragédias, focar no que está quebrado e no lado negativo dos fatos não é ser fiel à realidade. É ser insensível e não dar voz às pessoas e coletividades que, de uma forma ou de outra, se empenham em tentar maneiras alternativas  para reverter problemáticas sociais.

 

Ao pintar notícias de vermelho, não entregamos ao público o que ele quer. Ao contrário, reproduzimos velhos modelos jornalísticos que angulam os fatos do mundo real de acordo com políticas editoriais movidas pela lógica do mercado, ou seja, pela aposta de um consumidor presumido que quer saber só de notícias ruins.

 

 

Remei

 

 

Jornalismo de soluções:

uma experiência prática

De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, notícias ruins chegam rápido, mas notícias boas chegam mais rápido ainda. O estudo analisou o compartilhamento de quase 7.000 notícias do web site do jornal norte-americano The New York Times, entre agosto e novembro de 2008, e constatou que quanto mais positivo um artigo é, mais chances ele tem de ser compartilhado. Descobertas assim demonstram que há públicos interessados em uma modalidade de jornalismo que vá além de denúncias, que seja propositivo.

 

 Esta 5ª edição da Remei é focada no que vem sendo chamado recentemente de "Jornalismo de Soluções" (Solutions Journalism, SoJo, no termo em inglês). O SoJo, ao contrário do que muitos podem pensar, não defende a ideia de que temos que deixar de publicar notícias ruins. Ao contrário, porque se assim o fizermos não estaremos, da mesma forma, retratando a realidade. Cairíamos no que conhecemos como jornalismo de advocacia, e de trivialidade. As fronteiras parecem tênues à primeira vista, mas a definição oficial do SoJo, de acordo com a Solutions Journalismo Network (SJN), é clara: É o relato rigoroso, absorvente, sobre respostas a problemas sociais.

 

O Sojo convoca os jornalistas a olharem com sensibilidade o mundo e os fenômenos sociais e, a partir daí, desenvolver coberturas jornalísticas sobre os mesmos assuntos, mas sob um diferente enquadramento. Esta edição da revista é fruto de um trabalho pautado no "The Solutions Journalism Toolkit", um manual publicado em janeiro de 2015 pela SJN, que indica as melhores práticas para o jornalismo de soluções.

 

Vamos lá, então, mostrar nossas experimentações com esta modalidade jornalística.  Visite as páginas e veja alguns feixes de luz.

 

Boa leitura!

        Os Editores

 

        Profa. Dra. Telma Sueli Pinto Johnson

        Coordenadora Geral - Revista de Mídias Eletrônicas Informacionais - REMEI

        Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)/ Faculdade de Comunicação

       

        Matheus Freitas Gonçalves

        Graduando em Jornalismo - Revista de Mídias Eletrônicas Informacionais - REMEI

        Universidade Federal de Juiza de Fora (UFJF)/Faculdade de Comunicação

Nº 5 - Ano 3 - 2015

Arte: Matheus Freitas

Editorial 

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