Remei
Revista de Mídias Eletrônicas Informacionais
Matheus Pinheiro
Da famosa marchinha de Gilberto Alves (“recordar é viver”) à célebre frase do escritor Augusto Cury (“um homem sem história é como um livro sem letras”). São inúmeras as obras que falam da importância do passado na vida do ser humano. No entanto, aqui focaremos não na história de um único homem, mas de uma cidade, um estado e uma nação como um todo.
Pensando nesse quesito, Juiz de Fora não poderia ser mais importante. Em 2014, o museu Mariano Procópio completa seu 92º aniversário. Um conjunto de obras é considerado o primeiro museu de Minas Gerais e simboliza o pioneirismo juiz-forano ao longo dos séculos XIX e XX.
Memória Adormecida
Museu Mariano Procópio completa 92 anos mas permanece fechado para obras
Placa na entrada da cidade chama turistas a conhecer o museu
Foto Matheus Pinheiro
São mais de 50 mil objetos de grande valor histórico, artístico e científico, incluindo esculturas, documentos, livros, joias e móveis. Destaque para as vestimentas da coroação, da maioridade e do casamento de D. Pedro II e o traje de corte da Princesa Isabel.
Através de um acervo de peças raras, o público pode conhecer mais sobre o descobrimento do Brasil, passando pelo período monárquico, as regências, a Inconfidência Mineira, a Independência do país, chegando até a fase da República Velha. O museu possui também um setor de História Natural, com animais empalhados, atraindo principalmente a atenção do público infantil.
Área destinada à Inconfidência Mineira é um dos destaques do museu
Foto: Arquivo Museu Mariano Procópio
De acordo com o professor de História, Fernando Lamas, o Mariano Procópio possui o segundo maior acervo sobre Brasil Império do país, perdendo apenas para o Museu Imperial de Petrópolis. Fernando também explica que dentre tantas obras é difícil dizer qual o item de maior importância, mas destaca algumas pinturas e fotografias. Confira no vídeo abaixo:
No entanto, o museu permanece fechado desde 2008 para a realização de obras de restauração. Segundo o diretor do Museu, Douglas Fasolato, o principal fator desse atraso é a burocracia existente no processo de arrecadação de verba. “Infelizmente, existe uma demora muito longa entre o inicio da regulamentação até a liberação dos recursos. São trâmites às vezes muito longos em função da legislação e do período eleitoral".
Douglas é diretor do museu desde 2009
Foto: Matheus Pinheiro
Por outro lado, o diretor garante que todas as obras estão sendo feitas com grande rigor técnico. Saiba mais na entrevista abaixo:
A turismóloga Gheysa Gama afirma que o fato de permanecer fechado é uma grande lástima para o turismo da cidade. “A vocação de Juiz de Fora, historicamente, sempre foi pelo turismo de eventos. Esses turistas costumam utilizar o tempo livre para conhecer os atrativos da cidade. Mas com a não abertura do Museu essa possibilidade deixa de existir e acaba anulando a participação do Mariano Procópio no turismo municipal”.
Apesar de fechado, o museu planeja realizar atividades para manter o diálogo com a população. Dentre elas, um trabalho de conscientização a respeito da preservação do museu. A iniciativa visa criar um grupo de pessoas que atuarão na disseminação da educação patrimonial através de visitas programadas ao interior do Mariano Procópio.
Além da interação social, o museu fará também exposições temporárias fora da cidade. O projeto tem o intuito de levar o acervo do museu para outros públicos, agregando mais valor ao Mariano Procópio durante o período de obras. “Já temos agendado uma exposição no dia 8 de novembro na pinacoteca da cidade de São Paulo. O tema será a arte brasileira do século XIX e início do XX”, explica o diretor.
Para mais informações entre em contato com o Museu Mariano Procópio pelo telefone (32) 3690-2004 ou através do site: mapro.pjf.mg.gov.br
Pinacoteca de São Paulo receberá itens do museu no mês de novembro
Foto: Reprodução Google Mapas