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Tradicional corrida de Juiz de Fora é a 6ª mais antiga do país

Anna Flávia Nascimento

 

Em meio às tradicionais comemorações juninas, a população de Juiz de Fora aprendeu a conviver com uma outra festa: a Corrida da Fogueira. Ao anoitecer do dia 23 de junho de 1942, as principais ruas centrais da cidade anunciavam o espetáculo de 7km, principalmente a esquina das ruas Mariano Procópio e Duarte de Abreu, ponto de chegada e partida de 47 corredores.

 

Tudo começou como uma brincadeira de um entusiasta por esporte, Vicente Ferreira dos Santos, para divulgar a festa junina do bairro Mariano Procópio. Sempre no mês de junho acontecia uma festa junina nas esquinas das ruas Mariano Procópio, Duarte de Abreu, Coronel Vidal e Avenida Rui Barbosa, que formavam ali uma pequena praça.

 

Naquela noite, Pedro Marciano da Silva, o campeão da prova, acendeu a fogueira que daria início à festa. Assim lembram os professores de Educação Física José Augusto Rodrigues Pereira e Carlos Fernando Ferreira da Cunha Júnior no artigo “Festa e competições nas ruas de Juiz de Fora: ahistória da Corrida da Fogueira”.

 

Na década de 1940, as corridas de rua eram praticadas de forma esporádica e em poucos lugares do país, o que acabou contribuindo decisivamente para que a prova se tornasse o maior evento de pedestrianismo de Minas Gerais e um dos maiores do ramo no país. Em um levantamento feito em 2005 pelo site Calendário Amigável, a Corrida da Fogueira de Juiz de Fora consta como sendo a sexta mais antiga do país.

O Secretário de Esporte e Lazer da Prefeitura de Juiz de Fora, Francisco Canalli, ressalta importância da prova para a cidade:

A partir de 1950, na sua 9ª edição, a Corrida da Fogueira sofreu a sua primeira mudança de percurso e não mais dava início à festa junina do bairro Mariano Procópio.

Primeira mudança de percurso da Corrida da Fogueira. Foto: Reprodução GloogleMaps

Levantamento realizado em 2005 pelo site Calendário Amigável. Arte: Anna Flávia Nascimento

Primeiro percurso da Corrida da Fogueira.

Foto: Reprodução GloogleMaps

A mais tradicional prova do atletismo local trouxe para Juiz de Fora, durante todos os anos de sua realização, renomados atletas dos mais variados pontos do Brasil e, a partir da década de 1970, corredores do exterior como o maior fundista equatoriano daquela época, Pedro Zurita, em 1975.

 

Essa época representou um crescimento estrutural da Corrida da Fogueira, que recebeuincentivos dos órgãos ligados ao desenvolvimento do esporte brasileiro, inclusive do Conselho Nacional do Desporto (CND). A prova afastava-se de seu caráter improvisado para tornar-se uma prova com extrema organização e detalhamento.

 

Assim como no cenário nacional, no início, a Corrida da Fogueira estava restrita apenas aos homens, mas com os anos a mulher foi ganhando espaço no esporte. Paralelamente ao destaque das primeiras mulheres do Brasil a levantar o título nos Jogos Pan-Americanos, há o primeiro registo da participação das mulheres na prova em 1976.

A atleta de elite Talita Antunes tem um carinho especial pela Corrida da Fogueira:

 

Até a sua 22ª edição, a Corrida da Fogueira acontecia anualmente. Porém, em alguns anos, a prova teve que ser interrompida. Em 1964, devido ao Golpe Militar, e no período entre 1979 e 1983 quando não foi possível levantar os recursos necessários. E em 1983, a organização, promoção e realização da Corrida da Fogueira, a maior prova de rústica de Minas Gerais e uma das mais tradicionais do Brasil, passou a ser de responsabilidade da administração municipal, por meio da Secretaria Municipal de Educação e do seu Departamento de Esportes. Então, desde 1984, a corrida não sofreu mais interrupções.

 

A Corrida da Fogueira fez parte do Ranking de Corridas de Rua da 

Prefeitura de Juiz de Fora entre 1987 – quando o ranking foi criado e a corrida estava na sua 41ª Edição – e 2009. Durante todos esses anos, a prova passou por diversas alterações. O seu percurso ganhou novas ruas, a distância percorrida pelos seus participantes e o local de largada e chegada variaram.

 

Até a sua 22ª edição, a Corrida da Fogueira acontecia anualmente. Porém, em alguns anos, a prova teve que ser interrompida. Em 1964, devido ao Golpe Militar, e no período entre 1979 e 1983 quando não foi possível levantar os recursos necessários. E em 1983, a organização, promoção e realização da Corrida da Fogueira, a maior prova de rústica de Minas Gerais e uma das mais tradicionais do Brasil, passou a ser de responsabilidade da administração municipal, por meio da Secretaria Municipal de Educação e do seu Departamento de Esportes. Então, desde 1984, a corrida não sofreu mais interrupções.

Talita recebe troféu de 5º lugar na 66ª Corrina da Fogueira. Foto: Anna Flávia nascimento

A Corrida da Fogueira fez parte do Ranking de Corridas de Rua da Prefeitura de Juiz de Fora entre 1987 – quando o ranking foi criado e a corrida estava na sua 41ª Edição – e 2009. Durante todos esses anos, a prova passou por diversas alterações. O seu percurso ganhou novas ruas, a distância percorrida pelos seus participantes e o local de largada e chegada variaram.

 

Nos últimos anos, outras mudanças significativas também ocorreram. “Há 10 anos a apuração era manual e hoje é eletrônica, é um sistema muito mais seguro e eficiente; outra mudança significativa foi a infraestrutura geral do evento: a camisa, a premiação e a segurança como um todo”. É o que explica o ex-coordenador do Ranking de Corridas Rústicas da Prefeitura de Juiz de Fora Orlando Benício. Ele ainda destaca que essas mudanças tiveram o objetivo de melhorar tecnologicamente a Corrida da Fogueira, bem como aumentar o número de participantes, ambas com sucesso.

 

66ª Corrida da Fogueira. Foto: Anna Flávia Nasciemento

Largada da Corrina da Fogueira de 1974. Foto: Arquivo Secretaria de Esportes e Lazer da Prefeitura de Juiz de Fora

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