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Segurança na Rede:

Como você deve se proteger?

 

Ana Elisa Avelar

 

             A Internet, como já sabemos, transformou as nossas vidas desde que surgiu. Através dela muitas mudanças ocorreram.  Mudamos a forma de nos relacionar, a maneira de buscar informações e até mesmo de fazer compras e realizar transações bancárias. Mas ela também tem os seus aspectos negativos. Um deles é a segurança.

          Você não está seguro atrás da tela de um computador. A cada acesso estamos expostos a vírus que estão espalhados por todos os lugares, onde a gente menos imagina. Basta um clique para contaminar o computador, e com isso ficar exposto aos hackers (pessoas especializadas em aplicar golpes através da Internet).

          De acordo com o professor do curso de Sistemas de Informação da Faculdade Granbery, Flávio Reis, a ingenuidade do usuário facilita o trabalho dos hackers. “Os softwares de navegação, normalmente, avisam quando se deparam com uma página sem identificação, mas muitos usuários ignoram estes avisos”, afirma.

          Ingenuidade do usuário ou não, a invasão a uma página na Internet causa inúmeros prejuízos. O professor de História pelo Centro Superior de Ensino de Juiz de Fora (CES/JF), Renato Duque, já foi vítima de hackers no ano de 2011. Ele contou que sempre utilizava a rede nas transações bancárias, pela agilidade e por causa da economia de tempo. Mas, durante uma dessas transações, sua senha foi roubada e todo o dinheiro que tinha na conta foi sacado. Depois de constatado realmente a fraude, o banco devolveu o dinheiro. Hoje, o técnico não realiza nenhum tipo de transação bancária on-line.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

         Segundo Reis, invadir uma página na Internet não é tão difícil. “O servidor de um provedor pode ser invadido através de falhas encontradas por quem promove os ataques e, nos computadores pessoais, é possível encontrar portas TCP/IP (identificação dos computadores em relação à Internet) abertas, o que permite a entrada de um usuário mais experiente, ou mesmo de uma empresa que desenvolva seu negócio na rede, com base na invasão de privacidade”, explica.

 

Crimes virtuais mais comuns

 

            A facilidade de invadir um computador ou até mesmo persuadir o usuário da Internet fez com que os crimes virtuais crescessem muito nos últimos anos. Segundo o relatório Norton Report de 2013, da Symantec,  60% dos brasileiros internautas adultos entrevistados já foram vítimas de cibercrime.

           Um cibercrime que se tornou muito comum na rede é quando o hacker envia um de e-mail simulando ser de algum órgão estatal conhecido, como é o caso da Receita Federal, TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Polícia Federal e Serasa. A intenção é enganar o proprietário do e-mail, com uma mensagem dizendo que existe alguma pendência com o órgão. Para solucionar a situação, o usuário deve clicar em algum link . Ao clicar no link, ele é redirecionado para uma página que pede para instalar um spywares e, a partir desse momento, o criminoso começa a receber dados sigilosos do usuário.

         Em outro tipo bem comum, os hackers agem da mesma maneira,  enviam o e-mail à vítima, mas ao invés do remetente da mensagem ser um órgão oficial do governo, os criminosos utilizam nomes de instituições financeiras. Ao clicar no link contido no e-mail, o usuário é direcionado a uma falsa página do banco, onde deve digitar seus dados bancários para uma suposta atualização bancária. Depois que a vítima digita todos os dados eles são repassados para o criminoso que, com isso, pode efetuar diversas transações bancárias lesando a vítima.

 

“Depois que um crime virtual é descoberto as pessoas passam a ficar mais atentas em relação ao risco que correm com determinada ferramenta, mas ainda existe uma infinidade de crimes virtuais que ainda não possuem um modo de operação conhecido, ou ainda nem foram descobertos. É aí que mora o perigo”, afirma o professor Reis. 

 

Google e sua política de “privacidade

 

             Mas além da segurança de dados bancários, os usuários também devem estar atentos ao sigilo de suas informações pessoais. E o Google é uma das ferramentas que coletam dados sobre a vida e preferências dos seus usuários. Segundo o especialista em redes sociais, Renan Caixeiro, o objetivo disso é poder oferecer propagandas e anúncios bem direcionados. “A grande vantagem para o Google é poder cobrar um valor mais alto das empresas que fazem os anúncios”, explica.

           Ao usar o Google ou qualquer outro produto da empresa, os usuários estão autorizando que informações sejam coletadas. São diversos métodos usados para coletar as informações. Desde os termos buscados no Google, até o que é compartilhado no Google+ ou os lugares que são buscados no Maps.

 

Para descobrir, quase tudo que a empresa sabe sobre você, clique aqui

 

Lá, é preciso clicar em “Histórico da Conta”:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nesta página, o Google mantém registrados todos os vídeos que o usuário já assistiu no YouTube, as buscas feitas e um mapa de lugares por onde se passou.

Para continuar vendo sua sobre sua área de interesse, basta ir até o final da página, encontrar “Anúncios” e clicar em “Editar Configurações”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Google mostra de forma automática o que ele sabe sobre o usuário. São desde informações básicas como sexo e idade, até outras mais complexas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na parte de “Interesses”, ao clicar em “Editar” são exibidos os assuntos que o usuário acha interessantes. Lá também existe a opção de desativar os anúncios do Google de acordo com área de interesse de cada usuário.

 

Vírus do Facebook 

 

           Ultimamente, alguns vírus têm infestado as contas de muitos usuários do Facebook. É muito comum você entrar na rede social e encontrar em seu feed de notícias uma postagem em que seu amigo marcou você e mais 36 outros contatos  oferecendo alguma solução mágica para emagrecer e até mesmo ganhar R$ 12.000,00 por mês a partir do Google. Basta um clique no link malicioso para iniciar um processo de propagação de vírus pelo Facebook a fora.

           Um outro vírus que voltou recentemente, é o que promete mudar as cores da rede social. O malware aparece como um link patrocinado que divulga um aplicativo que permite trocar as cores do perfil mas, ao clicar nele, o usuário é levado a um site de phishing.  Este site tenta infectar o usuário de duas formas: primeiro, ele pede que seja visto um vídeo com um tutorial sobre como fazer pra mudar a cor do Facebook. Isto dá acesso temporário às credenciais de acesso do usuário, o que permite que hackers se conectem aos seus contatos. Este tipo de golpe é comum no Facebook, e tem aparecido várias vezes nos últimos anos.

 

Veja o passo a passo para remover esses e outros vírus do Facebook

1. Remover aplicativos maliciosos do Facebook

 

Na maioria das vezes esses vírus foram autorizadas pelo próprio usuário a propagarem em suas contas.  Sabendo disso, o primeiro passo e procurar pelos aplicativos suspeitos e remover a sua autorização.  Acesse sua conta no Facebook e clique em aplicativos no canto esquerdo da tela. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Você deve observar atentamente todos os aplicativos que estão instalados. Remova sem receio todos aqueles que você não utiliza ou que até mesmo não se lembra de ter autorizado. Para isto basta clicar na engrenagem ao lado direito do item.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2. Remover extensões dos navegadores

 

Porém existem outras formas de ser infectado por vírus no Facebook. Uma delas é por meio de extensões e plugins nos navegadores. Se você utiliza Google Chrome, clique no canto superior direito no botão de menu e depois em Configurações, conforme imagem abaixo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No meu lateral esquerdo selecione o item “extensões” e depois identifique as extensões que são suspeitas e até mesmo aquelas que você tem certeza que não instalou manualmente. Clique na lixeira no lado direito da extensão para remover do Google Chrome.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Identifique os plugins suspeitos, vá até o botão direito e clique em desativar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

            Essas extensões muitas vezes são instaladas quando se baixam softwares da Internet, por isso sempre que for baixar algum programa tenha certeza que está em um site confiável e preste atenção no que está instalando, pois muitas vezes os arquivos escondem o “aceite” no setup do programa de baixar.

 

 

3. Alterar sua senha do Facebook

Sempre que você identificar um comportamento estranho na sua linha do tempo, a primeira dica é alterar sua senha imediatamente, pois assim você resolve o problema caso o mesmo tenha sido causado por alguém que roubou as suas credenciais.

 

BADOO

            Buscar pelo próprio nome em mecanismo de busca pode revelar surpresas ao usuário, como o fato de fazer parte de uma rede social para quem está procurando novos relacionamentos sem saber. A história pode parecer estranha, mas isso ocorreu com internautas que descobriram ter perfil no Badoo – rede social para quem quer conhecer novas pessoas. 

 

“Descobri porque comecei a receber alguns e-mails dessa rede social, um dia resolvi clicar, e lá estava meu perfil, completo, com foto e tudo” disse Jéssica Martins, estudante de Estética.

 

Jéssica não foi a única vítima. Ao fazer uma busca no Google por “perfil falso Badoo” são encontrados vários relatos de pessoas que informaram ter o mesmo tipo de problema. Em algumas contas, havia perfis com várias fotos da pessoa,  ou mesmo contas do Badoo informando que pessoas comprometidas estavam procurando “novos relacionamentos”. Há inclusive usuários que relataram ter entrado com um processo contra a rede social.

 

Para Flávio Reis, esse tipo de coisa é comum. “O Baddo acaba tendo acesso as informações dos usuários através de outras ferramentas, como Facebook e Google, e sem que você perceba monta uma conta.”

 

Legislação

Entre esses pequenos e grandes delitos, o que a lei tem a nos dizer a respeito disso?

 

        Segundo o advogado Guilherme Oliveira, quando não existe uma legislação específica para aquele delito, os advogados tentam adaptar outras partes do código penal.  “A suposta “analogia” utilizada pelos magistrados em seus julgados, nada mais é, do que uma interpretação mais extensiva no delito tipificado, ou seja, o local do crime não é propriamente físico, mas por equiparação existe”.

       O marco civil foi criado para ajuda no julgamentos desses crimes e entre outras coisas, ele estabelece que que ninguém poderá bisbilhotar seu tráfego de internet, nem seus dados armazenados em servidor. Eles só podem ser obtidos por meio de ordens judiciais, para fins de investigação criminal.

        Além disso, empresas como Facebook e Google precisam de autorização prévia para ficar de olho nos sites que você acessa, a fim de exibirem anúncios personalizados.Resta ver como Facebook e Google pedirão sua autorização para exibir anúncios personalizados, por exemplo.

        E se alguma empresa desrespeitar o Marco Civil? Por enquanto, a responsabilidade de investigar e punir qualquer desvio fica a cargo dos Procons, da Justiça e do Ministério Público. Se houver descumprimento da lei, a pena pode ir de advertência a multa, suspensão e até proibição definitiva de suas atividades.

       Vale lembrar que o Marco Civil não regula todos os aspectos da internet brasileira: delitos cometidos pela internet – como roubo de dados e clonagem de cartão – são tipificados pelas Leis Azeredo e Carolina Dieckmann.

 

 

 

“A minha sorte é que não tinha tanto dinheiro assim no banco, mas não vou arriscar de novo, no máximo faço transações pelo caixa eletrônico”

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