Remei
Revista de Mídias Eletrônicas Informacionais
Adolescentes podem praticar crimes na Internet sem saber
Falta de informação e fácil acesso facitam ocorrências
Luciany Oliveira
Pelo menos metade dos mais de 105 milhões de pessoas que utilizam a Internet no Brasil está nas redes sociais diariamente. Com esse contingente, não é difícil imaginar os vários tipos de crimes que acontecem, a cada minuto. Só em 2012, mais de 28 milhões de cidadãos foram prejudicados por cybercrimes. E a Internet seduz cada vez mais cedo as crianças e adolescentes - o que é preocupante.
Para os adolescentes, a comunicação se torna mais fácil nas redes sociais, mas nesta faixa etária ainda há muita imaturidade para perceber as consequências que isso pode ter. Muitas vezes, eles não fazem ideia das consequências de um ato tão corriqueiro como, por exemplo, fazer um simples comentário à uma mensagem postada, retransmitir uma foto recebida ou e até mesmo curtir alguma coisa na Internet.
Segundo o sargento Paulo Henrique dos Santos, da Polícia Militar de Juiz de Fora, a Internet oferece várias armadilhas. Além da possibilidade de ser vítima, é muito comum também que o internauta cometa crimes virtuais, dentre eles o cyberbullying. Mesmo sem saber, de acordo com o sargento, "há vários riscos de esses adolescentes se tornarem autores de crimes virtuais”, afirma.
A estudante Daniela Aparecida de Paula Silva, de 15 anos, usa a Internet para fazer pesquisas e usar as redes sociais. “Acredito que a Internet tenha pontos negativos e positivos, dependendo da maneira como você a usa”, observa. Ela já presenciou casos de bullying na Internet. “Já vi acontecendo com um colega da minha sala, isso é mais comum do que imaginamos”, conta.
Emily Paiva, de 17 anos, também conta que costuma ver muitos colegas sofrerem com bullying. “Vejo, com frequência, perfis falsos ou a foto de alguém em grupos do Facebook sendo criticado, recebendo apelidos sem saber”, afirma. Ouça a entrevista de Emily, que se preocupa em proteger suas contas na Internet:
O sargento Santos observa que o índice de crimes virtuais na faixa etária de 10 a 16 anos é muito grande. “Hoje em dia vemos pais liberando tablets e smartphones para crianças com quatro, cinco anos de idade, que têm uma facilidade tremenda de aprender a usar os aplicativos. E eles acham que tudo é uma brincadeira. Eles fazem algum comentário malicioso contra algum colega e acham que aquilo não vai ter repercussão na vida deles. Contudo, para aquela pessoa que está sendo vítima, há uma situação de conflito pessoal e até mesmo psicológico, dependendo da informação disseminada”.
E conclui: "Quando dou palestras nas escolas, sobre o tema, os alunos conversam comigo, pois há coisas que eles nunca tomaram conhecimento e não acreditavam que estavam caindo na situação de crime, não se atinavam que poderiam ser vítimas e até mesmo autores de crimes virtuais”.
Com o crescente número de cybercrimes envovedo adolescentes se faz necessario conscientiza-los. Para quem deseja denuciar podem ir aos postos da Polícia Militar, na Delegacia de Polícia Civil no bairro Santa Terezinha ou através do Disque Denúncia, 181.
Daniela Aparecida de Paula Silva já presenciou casos de bullying na internet/ Foto: Luciany Oliveira