Remei
Revista de Mídias Eletrônicas Informacionais
Thaiana Garcia
Hoje é quase impossível frequentar as principais casas noturnas de Juiz de Fora sem se deparar com os fotógrafos sempre a postos para registrar os melhores momentos da festa. As coberturas fotográficas sociais se transformaram em negócio, se firmaram como tradição na cidade e levaram a tendência para o litoral e outras noites da região.
Mas, vamos contar como tudo começou por aqui. Era 1999, no tempo das câmeras analógicas e em que as revelações fotográficas ainda faziam o maior sucesso, quando Alexandre Silveira, fundador da empresa Zine Cultural, com seus 20 anos, teve a ideia de clicar o que havia de mais interessante nos eventos mais badados de Juiz de Fora. Ele fazia as fotos, revelava e escaneava para postar em seu site. Ali, nascia uma tradição típica da cidade, que já dura 14 anos.
Até então, não havia nada que já não pudesse estar sendo feito em outras baladas pelo Brasil afora. O diferencial foi distribuir as tags, um cartãozinho com o nome da marca, que iriam fazer com que as pessoas reconhecessem quem havia tirado aquelas fotos. A “ZineMania” foi a primeira e influenciou tantos outros sites a distribuir e divulgar sua marca através das tags. A moda pegou e hoje temos os concorrentes “Xiis!” do portal Acessa.com; "Click Mais" e outros veículos menores. O próprio Zine Cultural cresceu e hoje chega a fazer, simultâneamente, mais de cinco coberturas por noite e tem sete fotógrafos a seu serviço.
A noite de Juiz de Fora em foco
Confira um mix de coberturas fotográficas, em Juiz de Fora, com as famosas tags:
Os fotógrafos conseguem garantir sua renda com esse tipo de trabalho, têm experiências interessantes a partir dele e são rostos conhecidos e queridos na noite. "Conhecemos muita gente, é bacana. A parte ruim é que, enquanto seus amigos estão lá se divertindo, você está trabalhando", conta o fotógrafo freelancer Wagner Emerich, que trabalha no ramo há mais de quatro anos na cidade. Mesmo já tendo trabalhado em outras cidades, como Angra, Búzios e Três Rios, ele nota que a moda de tirar as fotos com a famosa "tag" vem de Juiz de Fora. "Foi aqui que comecei a ver as tags, a cidade influencia essas áreas bastante", comenta.
Confira o batepapo completo com o fotógrafo Wagner Emerich:
Muitas vezes o fotógrafo não faz o trabalho todo sozinho. Para as festas com um público mais selecionado, o legendista é requisitado. É ele quem anota os nomes de todos os convidados que são clicados. A prática "ajuda muito na divulgação das fotos na internet e nas colunas sociais", explica o legendista Bruno Fonseca, de 24 anos. Formado em Turismo pela UFJF, há cerca de um ano e oito meses, ele complementa a renda mensal fazendo as legendas das coberturas sociais junto com os colegas fotógrafos que conheceu frequentando as casas noturnas locais. Apesar de lucrativo, a demanda do serviço é instável. "Faço, em média, umas cinco por mês, mas varia muito. Tem meses em que faço 14, e em outros, duas", diz Bruno. Foi também Juiz de Fora a primeira cidade da Zona da Mata a incluir a profissão "legendista" em uma empresa. Pelo menos é o que garante nosso entrevistado: "quando conto para os meus amigos do Rio, e na minha própria família, todos ficam surpresos por eu conseguir trabalhos nessa função. Se parar pra pensar, não conheço nenhum legendista em outra cidade, e só aqui conheço três do Zine Cultural", lembra.
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O empresário Breno Farace conta sobre a experiência de contratar uma cobertura fotográfica para impulsionar seu negócio:
Coberturas fotográficas estão em quases todas as festas da cidade
Foto: Arquivo Pessoal Thaiana Garcia