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O Olhar eleitoral

Cenário político na visão dos eleitores

 

 

 Por Matheus Fernandes

 

 

Os presidenciáveis possuem discursos bem diferentes em relação às suas propostas de governo e à situação do país. Enquanto Dilma tenta convencer os eleitores de que fez um bom mandato e de que mais quatro anos são necessários, Marina e Aécio apontam os pontos fracos da atual administração na tentativa de conquistar o eleitorado “insatisfeito”. Se Dilma fez um bom governo, se Marina realmente representa alguma mudança ou se é Aécio Neves o mais preparado, há muitas controvérsias.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

              Foto: Comitê Eleitoral/Divulgação         

              Em busca da reeleição, Dilma tenta convencer que é a melhor opção

 

 

Para o estudante de Jornalismo do Centro de Ensino Superior (CES/JF) Daniel Furlan, apesar da presidenta Dilma Rousseff não ter repetido o bom governo do presidente Lula, ela merece continuar no poder por mais um mandato para dar sequência aos seus projetos. “Em mais quatro anos, eu acredito que a Dilma consiga fazer até mais do que o governo Lula conseguiu”. Com a reeleição, o PT completará 16 anos no comando do Brasil. Além disso, Daniel critica o governo do candidato Aécio Neves em Minas Gerais e aponta contradições na campanha de Marina Silva.

 

Em relação aos eleitores de Marina, o estudante define três tipos. Os que votam devido à tragédia com Eduardo Campos. “Quem tem o defunto ganha a eleição...mas esse é um grupo menor”, diz. Os “alienados”, que acreditam que ela representa alguma mudança, e aqueles que realmente conhecem a candidata e concordam com seus ideais. Já em relação a Aécio Neves, Daniel justifica que por não ser da “elite”, não votaria no candidato, uma vez que ele governa para a classe alta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
Em defesa de Marina

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

       

 

 

 

 

 

 

              

 

 

                 Foto: Comitê Eleitoral/Divulgação         

                   Marina em defesa de uma "nova política"

 

 

O jornalista do portal Ecaderno e eleitor de Marina Silva, Ramirez Santos, acredita que tanto o PSDB quanto o PT já ficaram tempo demais no governo (oito anos cada) e que uma mudança seria bem-vinda neste momento.  Além disso, o atual governo não o satisfaz. “Para mim, a Dilma perdeu o controle do governo”, diz.

 

Uma das principais críticas dos opositores à candidata Marina é a respeito da chamada “nova política”, que para eles não existe. “O que ela defende não é escolher partido, e sim escolher pessoas para compor seu governo”, analisa Ramirez. Mesmo assim, ele vê de maneira “normal” os ataques sofridos pela sua candidata.

 

Para Ramirez, é natural na política que os eleitores se identifiquem mais com algum candidato e consequentemente, votem nele. “É normal que a gente puxe a brasa para a nossa sardinha”, brinca. Segundo ele, há vários perfis de eleitores de ambos os candidatos e é preciso respeitar os seus motivos de votarem neles, mesmo não concordando.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por uma chance para Aécio

 

 

 

 

        

 

 

 

 

 

 

 

 

                 

 

 

 

                

 

 

 

                 Foto: Comitê Eleitoral/Divulgação         

                    O candidato Aécio critica o desgoverno econômico do PT

 

 

O estudante de Publicidade e Propaganda do CES/JF Gabriel Fajardo afirma que lhe agrada a trajetória do candidato tucano e de seu partido, o PSDB. Junto a isso, ele acredita que o governo atual não é satisfatório em alguns pontos. “O governo da Dilma pegou um governo muito bom do presidente Lula, que também pegou um governo importante do FHC, mas não conseguiu manter… Ela não tem o carisma necessário para exercer tal função”, analisa.

Gabriel conta que chegou a cogitar votar na candidata do PSB, mas voltou atrás. “Essa contradição dela em pensamentos e por não conseguir decidir em qual lado está me preocupa”, observa. O lado em questão é o fato da candidata já ter feito parte do PT, mesmo partido de Dilma Rousseff. Essa crítica também foi feita à Eduardo Campos, que era cotado para ser candidato à presidência pelo partido nas eleições de 2018, quando a atual presidenta não poderia mais se reeleger. “É uma característica dos eleitores do PT não aceitarem opiniões contrárias”, diz. Já sobre os eleitores de Marina Silva, Fajardo tem dúvidas em relação às convicções dos mesmos. “É difícil julgar, eles foram meio na onda da tragédia com o Eduardo Campos e eu não sei se eles são de momento ou se realmente estão com a candidata”, duvida.

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Às margens da corrida presidencial

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                      Foto: Creative Commons         

                     Eduardo Jorge, Luciana genro, Pastor Everaldo e Levy Fidelix

 

 

Enquanto os três principais candidatos seguiram com suas agendas de campanhas multimilionárias e com maior espaço nos principais veículos de comunicação do país, outros concorrentes jogaram por fora, apimentando a disputa eleitoral.

 

Levy Fidelix, do PRTB, mesmo sem ter pontuado nas pesquisas eleitorais, se posiciona claramente, por exemplo, contra a união homoafetiva e ao mesmo tempo critica a candidata Marina Silva por voltar atrás em relação à questão. No debate da Rede Record, em 28 de setembro, Levy chegou a dizer que “aparelho excretor não reproduz”, causando revolta de diversas camadas da sociedade.

Outro exemplo, igualmente polêmico, é da candidata do PSOL, Luciana Genro. Mesmo sendo considerada, por muitos, detentora de uma campanha utópica, deixou claro o seu posicionamento de contestação em relação às campanhas dos candidatos de maior destaque. Ela cita casos de corrupção desde o antigo governo tucano, de Fernando Henrique Cardoso, que se perpetuaram pelos governos do PT. Não foram raras as vezes em que Luciana criticou o posicionamento, ou a falta dele, e o financiamento das campanhas dos candidatos.

 

É notável o medo que os presidenciáveis têm, em todas as eleições, de se posicionarem a respeito de temas polêmicos, como aborto, política das drogas, união entre pessoas do mesmo sexo, entre outros. Opinar a respeito dessas questões é arriscado e certamente gera consequências, positivas ou não, no eleitorado.

 

Esse não-posicionamento concreto prejudica o esclarecimento das campanhas para o eleitor, visto que os debates não possuem profundidade: os candidatos falam muito, mas não dizem nada. Tentando agradar o máximo de pessoas, as minorias acabam sendo deixadas de lado nesse jogo de empurra-empurra.

 

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